Página de doutrina Batista Calvinista. Cremos na inspiração divina, na inerrância e infalibilidade das Escrituras Sagradas; e de que Deus se manifestou em plenitude no seu Filho Amado Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, o qual é a Segunda Pessoa da Triunidade Santa
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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Exposição em Marcos 1: Pescadores de Homens





Pr. Luiz Tibúrcio



Marcos 1.1: "Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus".
- Evangelho de Marcos não traz detalhes do nascimento do Senhor Jesus Cristo, nem detalhes do nascimento de João o Batista. Mas em Lucas 1.26, lemos:
"E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria".

- Deus deu ordem ao Seu anjo que fosse a Nazaré, uma pequena cidade da Galiléia, para falar com uma jovem, uma virgem.
- O anjo tinha uma mensagem de Deus para ela.

V. 28: "E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta".

- A saudação que o anjo faz a Maria é de que era bem-aventurada. Ainda que descendente de reis, como o Rei Davi, era uma moça pobre, humilde, que se casaria com um homem igualmente pobre e humilde.
- Os jovens têm tantos chamados do mundo, são muitas ofertas que o mundo faz para que os jovens se mantenham entretidos, distanciados e cegos para as coisas de Deus; porém, o Senhor tem um chamado para os Seus, o chamado para servi-lO, e as bênçãos advindas desse chamado são incontáveis, meus irmãos!
- A jovem tem um chamado especial de Deus para a vida dela.
- E você, jovem? Como é o seu relacionamento com o Senhor? Você tem colocado a sua vida para honrar e servir ao nosso Senhor?
- No momento em que Maria estava para se casar, Deus a chamou para ser uma bênção.
- Será que os jovens estão se preparando para ter um lar, uma família, uma esposa ou um esposo temente ao Senhor? E a estar se preparando através da oração, ouvindo a palavra de Deus, para constituir uma família?
- Vemos que Maria é uma pessoa abençoada, porque ela não questionou a Deus, não interrogou-o com perguntas, como: Senhor, será que é isso que quero para a minha vida? Senhor, não estou interessado em sua oferta? Ou, Senhor, não quero deixar o que planejei para servi-lO?... Pelo contrário, ela disse simplesmente sim: "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1.38).

V. 31: "E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? ".

- O anjo revelou à jovem as maravilhas que o seu filho fará, pelo poder de Deus.
- E Maria perguntou ao anjo, como teria um filho se não conhecia homem, se não tinha vida sexual, se ainda era uma virgem...
- A palavra nos diz que ela se mantinha pura, virgem, a espera de receber o seu noivo no casamento.
- O mundo nos revela valores diferentes, de que você é um estúpido, um tolo se não viver segundo o padrão que ele impõe. Mas nele encontra-se apenas dor, amargura, tristeza, desânimo, mentira e uma promessa enganosa que não se cumprirá. Vale a pena seguir os padrões de Deus e servi-lO; viver segundo a Sua palavra.
- Maria esperava o tempo certo para fazer as coisas em sua vida; e há sempre o tempo correto para cada coisa a ser feita. Há tempo para tudo, e o quanto é maravilhoso ver aquela jovem , temente ao Senhor, responder e resistir ao apelo do mundo segundo a palavra de Deus.

V. 35: "E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus... Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela".

- A vida de Maria, a partir dali, é inteiramente transformada. Ela sofrerá e passará por muitas tribulações, assim como na vida de qualquer crente, por que ela é uma serva do Senhor.
- Algumas pessoas pensam que, por ser cristãos, desprezamos Maria. Eles estão redondamente enganados, pois ela é uma serva, um instrumento abençoado nas mãos do Senhor. Uma mulher escolhida, separada para a Sua obra, em cuja vida a vontade dEle se manifestou.
- As vezes, quem obedece ao Senhor pagará um preço muito alto; mas maravilhoso é Aquele que nos sustenta e nos dá a vida.
- Antes, a nossa salvação custou um preço muito alto para Deus, ao mandar o Seu Filho Amado ao mundo para nos salvar.
- Quando estamos aqui, temos certeza de que servir a Deus nos custará alguma coisa. Para ser fiel, puro, e servo, é necessário pagar um preço.
- Pense nisto: O que importa ser honrado entre os homens e desonrado diante de Deus? E que importa ser desonrado diante dos homens mas ser honrado diante de Deus?

Voltando a Marcos 1...

V. 9: "E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré da Galiléia, foi batizado por João, no Jordão".

- João pregava aos homens o arrependimento, batizando os homens com água, afirmando que Cristo batizaria com o Espírito Santo, e era muito maior do que ele.
- Em Mateus e Lucas, João se recusou, inicialmente, a batizar Jesus. Ele acreditava que deveria ser batizado por Cristo, no que estava certo. Porém, Deus usa homens para fazer a Sua obra, e João o Batista foi usado.
- Aquele jovem que vivia no deserto, comendo mel e gafanhotos, guardando-se para a obra que Deus tinha destinado em sua vida, agora está no Jordão, batizando ao seu Senhor.
- Ao ser batizado, iniciando o Seu ministério, Jesus assume a identidade, a comunhão com os pecadores. O Senhor não precisava ser batizado para arrependimento, mas o fez por amor ao Seu povo.

V.10: "E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o Espírito, que como pomba descia sobre ele. E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo".

- João tem a visão do Espírito Santo vindo sobre o Senhor Jesus Cristo. Era a revelação de Deus para aquele que pregava no deserto. E ele proferiu: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo".
- Quando estamos aqui, fazendo a obra de Deus, sabemos que foi o que Ele planejou para nós, em Sua imensa sabedoria e bondade, antes da fundação do mundo. Ele nos escolheu, nos chamou para isso, conforme a Sua vontade; seja em qual lugar for, seja naquilo que fazemos, saibamos que estamos no lugar onde Deus nos quer, fazendo o que Ele quer.
- Deus me usará como instrumento à medida em que me disponho a fazer a Sua obra. Quando tenho alegria em pregar a Sua palavra, em orar e auxiliar aqueles que necessitam, por aqueles que não têm Cristo, por aqueles que estão cegos, nas trevas, aos quais Deus enviar-me-á, e aos irmãos, para fazer a Sua maravilhosa obra.
- Cristo se indentificou conosco quando foi batizado, assumindo-se como homem diante de todas as testemunhas no Jordão.

V. 12: "E logo o Espírito o impeliu para o deserto. E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam".

- Quando passamos pelas dificuldades e provações desta vida, nos lembremos de que Cristo também foi tentado. O crente vai passar por tentações e perseguições perpetradas por satanás. Isso é algo que temos em comum. Em João 16.33, lemos: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo".
- Ao ser tentado, o Senhor Jesus dizia a satanás: "Está escrito". Até que o diabo afastou-se dele, porque Ele havia vencido-o pela Palavra.

V. 27: "E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! ".

- Satanás está sujeito ao Senhor Jesus, ele O obedece. Não há uma luta entre o diabo e o Senhor, porque o diabo já está derrotado.
- Satanás domina sobre a vida daqueles que estão em rebeldia contra Deus, mas jamais dominará a vida daquele que Cristo resgatou para Si, do escolhido de Deus.
- Graças a Deus pelo Senhor Jesus tê-lo derrotado por nós.

V.14: "E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus, E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho".

- Jesus estava no local em que Deus queria, anunciando o Reino de Deus: arrependei-vos e crede no Evangelho.
- Cristo nos chama ao arrependimento sincero, não ao arrependimento cerimonial, onde se tem a idéia de que os pecados e a maldade do homem podem ser apagados por uma atitude humana ritualística, pagando uma "penitência" ou fazendo um sacrifício físico, para em seguida pecar novamente, com a certeza de que poderá aplacar a ira de Deus com outra penitência já encomendada. Isso é abominação, é desprezá-lO, e como Paulo disse: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna." (Gl 6.7-8).
- O Reino de Deus está vindo com a justiça de Deus.

João 6.38: "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia".

- Todo aquele que vê o Filho, todo aquele que crê nEle, não terá a vida eterna, mas já tem a vida eterna; e será ressuscitado no último dia.

João 4.34: "Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra".

- Muitas pessoas colocam erroneamente Deus Pai como alguém que quer destruir e condenar, e Jesus Cristo como alguém que quer salvar.
- Mas aquilo que alimenta, aquilo que é o desejo do Senhor Jesus é fazer a vontade do Pai. A vontade do Pai e do Filho são uma, em unidade, em comunhão, com o mesmo propósito.
- Deus escolheu homens para realizar a Sua obra. Ele chamou uma jovem, chamou discípulos para enviá-los a fazer à Sua seara.
Marcos 1.16: "E, andando junto do mar da Galiléia, viu Simão, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens".
- Alguém disse que o peixe é pescado para morrer, porém o homem é pescado para viver.
- O Senhor chamou homens para aprender, para que anunciassem o Evangelho.

Mateus 28.19: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém".

- Cristo está presente conosco, habitando em nós, junto conosco.
- Um discípulo vai sentar-se e aprender com o seu mestre. E o nosso mestre é Cristo.
- Haverá pastores, doutores e mestres na Igreja. Outros serão missionários, mas as ovelhas são chamadas para serem discípulas, para aprenderem e seguir o Supremo Pastor, Jesus Cristo.
- Somos chamados a guardar e aprender aquilo que Cristo tem ensinado: a palavra de Deus; e aprender a andar como Ele andou, e desejar fazer a vontade do Pai como Ele desejou, servindo-O.
- A ordem é que se façam discípulos. E, o discípulo quererá andar e ser igual ao seu mestre.
- No livro de Atos vemos os apóstolos pregarem, e alguns perguntavam: Não são homens incultos e iletrados? Mas logo eles reconheceram que aqueles homens haviam andado com Jesus.
- Se somos discípulos do Senhor Jesus, as pessoas verão que somos cristãos; que Cristo habita em nós, que somos semelhantes a Ele.
- Ha condições para se ser um discípulo do Senhor Jesus...

Lucas 14.26: "Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo".

- A salvação é algo maravilhoso, é fantástico estar no céu com Ele, porém, a palavra de Deus nos diz que o caminho é estreito e são poucos os que entram; e ainda que a porta é estreita, e poucos são os que passam por ela. Então, irmãos, o caminho é apertado, a porta é estreita.
- O homem natural tem prazer, ainda que seja um prazer falso, destrutivo, enganoso, como o proporcionado pelo carnaval, por exemplo; em contrapartida, há o céu, mas a maioria não chegará a ele.
- Para servi-lO será necessário deixar pai, irmão, mulher, filhos, e odiar a própria vida. Isso significa: abandonar tudo aquilo que a minha carne deseja e a satisfaz, para servir a Cristo.

v. 27: "E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo".

- Primeiro, temos de pegar a nossa cruz; local de sofrimento, de renúncia e morte.
- Segundo, temos de seguir a Jesus. Aquilo que não agrada a Deus não pode nos agradar.
- Se você deseja ir a um lugar, mas não pode levar o irmão da igreja consigo, esse não é um lugar para se ir, porque ali, o que se vê, ouve e faz, certamente, afronta a santidade de Deus.
- A exigência do Senhor é: renúncia, tomar a sua cruz e segui-lO.
- A palavra do Senhor é: Ele usa homens para fazer a Sua obra. Mas é necessário renunciar e morrer para o mundo.

Marcos 1.29: "E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João. E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe falaram dela. Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão, e levantou-a; e imediatamente a febre a deixou, e servia-os".

- O Senhor vai à casa de Simão, e a sua sogra está enferma, mas Jesus a toma pela mão e cura-a.
- Cristo tem o poder para curar, salvar, libertar, regenerar o homem, mas o interessante é que, tão logo a sogra de Pedro foi curada, ela serviu-O.
- A nossa vida deve ser: servir a Cristo, como instrumento na Sua obra. E ele nos usará, os nossos bens, nossos dons, capacitando-nos para a Sua obra.
- Que Ele nos dê graça como instrumentos na Sua obra, para Seu louvor e glória.
- Da mesma forma que Deus usou homens no passado, Ele agora quer nos usar, nos chamar para servi-lO, e nos tornar em canal de bênçãos para outras pessoas, sabendo que Ele é quem opera em nós, segundo a Sua eterna vontade.
- Que possamos consagrar ao Senhor os nossos bens, talentos, o melhor de nós, e que estejamos crucificados para este mundo, vivendo e seguindo os passos daquele que tanto nos amou, o qual morreu na cruz para nos dar vida e fazer-nos Seus discípulos.
- Irmãos, a vontade eterna de Deus se realizou no Seu Filho Amado, e se realiza em nós, cumprindo assim o Seu santo plano de fazer-nos discípulos, e levar-nos à pregar o Evangelho àqueles a quem o Mestre e Senhor chamou.

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Sermão em SAlmo 51.1-12: A alegria da Tua salvação

 






Jorge F. Isah



                                                            
                                                        _______________
        
“10. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. 11. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. 12. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.” (Salmos 51:10-12)



A) Introdução

Muitos cristãos dizem crer e ter fé em Jesus Cristo. Eles pedem bênçãos: cura, emprego, paz, reconciliação, filhos, segurança, amor e outras inúmeras dádivas; oram, fazem penitência, votos e promessas, jejuam e fazem muitas outras coisas. Se você perguntar à maioria dos cristãos se creem em Cristo, certamente ouvirá: “Sim, claro que creio!”. Entretanto, se em seguida lhe perguntar se é salvo ou não, provavelmente terá a resposta: “Não sei...”. Pois essas são afirmativas contraditórias e excludentes; é como eu acreditar que um avião pode me levar a qualquer lugar, mas sou incapaz de crer que o mesmo avião pode decolar e se movimentar no ar. Em outras palavras, se Cristo é capaz de curar, abrir portas de emprego, dar-nos segurança e saúde, por exemplo, e tenho fé dele ser capaz de produzi-las, por que não reconheço o seu poder em me salvar? Por que a fé em considerar-me salvo não é suficiente? Estaria depositando-a em outra fonte e razão?

Por isso, deixo-lhe a pergunta: você crê em Cristo? E também crê na sua suficiência em lhe salvar? E se crê, você é salvo?

Espero, pela graça do nosso Senhor, ser capaz de analisar, juntamente com os irmãos, este aspecto fundamental das Escrituras, e podermos sair daqui entendendo um pouco mais sobre o que é ser salvo, segundo a palavra de Deus.


B) Salvo e não salvo, é possível? O que é a salvação?

Certa vez, em um debate na televisão sobre salvação, o apresentador inquiriu seus convidados: Um crente estava no ponto de ônibus aguardando a condução. Ao lado, havia uma banca de revistas, dessas que quase não se vê mais, e afixada na vitrine a capa de uma revista onde uma modelo, em vestes sumárias, se exibia. O crente, impressionado com a beleza da mulher, admirou-a por alguns segundos. Nisto, do outro lado da rua, em um carro-forte, desenvolvia-se um assalto. Houve um tiroteio entre os seguranças e os bandidos, e uma bala perdida acertou o crente na banca de revistas, matando-o instantaneamente. Aquele homem perdeu a salvação ao desejar a modelo ou não?

Pense, por um instante, qual seria a sua resposta?

Seguiu-se um debate acalorado entre os convidados: um grupo (a maioria) disse “sim”, o crente perdeu a salvação, pois não houve tempo de se arrepender, enquanto o outro (minoritário) disse “não ser possível perdê-la”. E agora, qual está correto? Qual interpretação é verdadeira segundo a Bíblia?

Antes, devemos entender o que é salvação. Um exemplo tosco, mas que pode ajudar no entendimento: Você está em um navio, em meio a uma fortíssima tempestade. A nave muitas vezes sucumbe às ondas até que, um grande vagalhão o vira, e você é lançado nas águas indomáveis e tempestuosas. Você está se afogando, não consegue manter a cabeça acima da água, suas forças esvaem-se rapidamente, seus sentidos se perdem, e você está em vias de ficar inconsciente, e ficará completamente ao sabor do mar violento, da morte. Eis que surge um helicóptero, e um salva-vidas desce por uma corda. A corda pode levar apenas uma pessoa, é lançada e o salva-vidas desce até você, fica em seu lugar, para morrer em seu lugar, então ele o prende bem e o coloca no cesto, acomodando-o em segurança.

O salva-vidas tem um nome, e o nome dele é Jesus Cristo.

Toda analogia é falha em relação a Deus e sua obra, mas foi a melhor ilustração que encontrei para dar. Isto se chama substituição. Se chama redenção. Se chama expiação. Se chama salvação.


C) A natureza do pecado

Primeiro, a tempestade é a nossa natureza caída, a multidão de pecados a nos imergir e impedir que vejamos a Deus. Disto, fala Davi, em Salmos 51:1-5: “1. Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. 2. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. 3. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares. 5. Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Ou seja, o homem não nasce bom e puro e santo como muitos afirmam, mas nasce com uma natureza “naturalmente” rebelde e desobediente para com Deus. Mesmo as crianças, na mais tenra idade, portam-se indóceis e birrentas, as vezes até mesmo agressivas quando não são atendidas em seus desejos. Então, o homem em si mesmo não é bom, e o bem a existir nele é fruto do “Imago Dei”, a réstia divina a habitar em sua alma.


D) A substituição

Segundo, o salva-vidas tem a função de acudir as pessoas em dificuldades, de salvá-las dos perigos e da eventual morte. Entretanto, a função não o obriga a arriscar a própria vida ou sacrificá-la para resgatar outra. Essa não é uma exigência da sua profissão, pelo contrário, é-lhe alertado ir até o ponto onde a sua própria vida e segurança seja protegida. Contudo, esse salva-vidas está disposto a se sacrificar, na verdade, ao descer pela corda ele sabe que morrerá em troca da salvação do afogado; ele se dispõe a trocar de lugar com você, de substituí-lo, se colocar no seu lugar, a morrer no seu lugar. Foi esse o feito inimaginável e grandioso e misericordioso e gracioso realizado na cruz pelo nosso Senhor. Ele não precisava estar lá, ele não precisava ocupar o nosso lugar, ele não precisava se sacrificar, mas o fez por amor de nós, porque antes da fundação do mundo, muito antes de virmos à existência, o seu infinito e eterno amor já pairava sobre nossas cabeças, já nos enchia o coração, já nos tomava para si e nos fazia seus.

O precioso sangue de Cristo derramado na cruz foi plenamente eficaz para nos comprar, não com uma nota promissória, um cheque sem fundos, ou uma “promessa de compra” que pode não se realizar, não! Ele pagou à vista, no ato, nota sobre nota, de tal maneira que passamos a ser dele sem qualquer chance de não ser. A partir daquele momento, não pertencíamos mais ao pecado, ao diabo ou a nós mesmos, mas éramos dele, somente dele, e de mais ninguém. Ao pagar com a própria vida os nossos pecados ele nos remiu, anulando a dívida que tínhamos com Deus, de maneira absoluta e infalível, isentando-nos, nos libertando das amarras do diabo, do pecado e do inferno. Não mais haveria condenação, não mais haveria juízo ou castigo. Estávamos livres da ira divina, perdoados e absolvidos exclusivamente pelos méritos de Cristo, não nosso, dos nossos feitos, das nossas obras, mas por ele, nele e para ele (Rm 11:36).


E) A fé

Terceiro, entretanto, é preciso crer ou ter fé na suficiência de Cristo para nos salvar (Veja Lc 23:37-43, o malfeitor crucificado junto ao Senhor). De nada adianta dizer que se crê nele enquanto busca os méritos em si mesmo, em seus feitos, bondade, caridade, e tudo o mais que faz você se considerar bom e merecedor da salvação; e nenhum de nós merece e jamais mereceremos a salvação. Ela não provém de nós, mas para nós. Ela não se origina e termina em nós, mas em Cristo. Ela sequer depende da nossa vontade, pois, se dependesse dela, em vista dos desejos fugazes e temporários, íamos querê-la? Ela depende exclusivamente da vontade divina, ao nos tirar a venda, abrir os olhos, os ouvidos, para o glorioso evangelho de Cristo, onde primeiramente o conhecemos para que depois ele nos seja íntimo... Veja bem, se a fé não estiver 100% depositada em Jesus, dele ser o único, capaz e apto para salvar, de nada adiantará você se dizer cristão, crente ou servo de Deus. Ou se é salvo por Cristo ou não se é! Não existe outro caminho, arranjo ou alternativa. Ou sou de Cristo ou não sou. Ou por ele sou salvo ou não. Ou creio plenamente nele ou não.

Alguns dizem ter fé, genérica e abstrata, imprecisa, em coisas como: o mundo encontrará a paz, o Brasil prosperará, o homem abandonará a maldade, e coisas do gênero. Não estou a falar que orar por essas coisas seja errado ou inútil, mas as pessoas falam daquilo que desconhecem e por não lhes dizer algo mais profundo e pessoal, fica mais fácil acreditar em coisas etéreas e vagas. Enquanto isto, algo a falar-lhes direta e intimamente como a salvação da própria alma não ganha a relevância e a urgência necessárias.

Voltando à analogia, a fé seria a corda, o meio pelo qual o afogado se salvará. Mas note o seguinte:

1. A corda não pertence a você, mas ao resgatador;

2. A corda não chegou até você por sua vontade, mas pela vontade do resgatador;

3. Você não tem qualquer poder sobre a corda, mas o resgatador;

4. Contudo, você confia e tem certeza de a corda ser o único meio a levá-lo até o resgatador, e de trazer o resgatador até você.

A fé portanto é o meio, não o fim, não a causa da salvação, mas é por ela que declaramos confiar totalmente em Cristo. Como Paulo disse: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2:8-9).

Alguém pode dizer: “não tenho fé suficiente para crer”. Como os apóstolos, devemos clamar ao Senhor: “Aumenta a nossa fé” (Lc 17:6). Sim, a fé é dom de Deus, e para crer e confiar precisamos da assistência poderosa do Espírito Santo, a nos mover à segurança e convicção de Cristo ser o bastante, o primordial, o imprescindível para nos salvar.


F) A Segurança

Por fim, ao ser içado para o helicóptero, você estará preservado, resguardado dos perigos da morte; não mais estará sujeito às ondas e as profundezas do mar revolto e indomável. Você receberá o auxílio necessário para ser curado dos ferimentos, da aflição, da angústia, da dor e do vislumbre da morte. Logo, não deve temer, mesmo a tempestade tornando-se mais violenta, os relâmpagos mais intensos, trovões mais barulhentos, as águas se elevando, porque você está seguro, preservado por Deus não de estar no meio dos dissabores, revesses ou conflitos da vida, mas de ser por ele resguardado, protegido, de não vir a sucumbir, perecer e ser destruído. O Senhor não nos livra das lutas e batalhas, mas de ser abatido e vencido por elas.

Com isso não estou a dizer que o crente não terá doenças e não morrerá por elas. Não será perseguido e poderá morrer por elas. Não será injustiçado, torturado ou atormentado; não é isso. Entretanto, em todas essas situações, de desconforto, miséria e dores elas não o vencerão, a ponto de você descrer ou perder a fé. Nada poderá tirá-la de você, mesmo que se sinta, vez ou outra, sem fé, pois, como já disse, é um dom de Deus, dado por ele, e somente ele tem poder sobre ela. Sinta-se então seguro e certo de que a fé para a salvação é inabalável e inextinguível nos filhos de Deus, pois como está escrito: “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. 36. Mas já vos disse que também vós me vistes, e contudo não credes. 37. Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu, eu perca, mas que o ressuscite no último dia. 40. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:35-40).

É o próprio Senhor quem nos assegura; então, por que duvidar? E se estamos em paz com Deus, reconciliados pelo sangue, poder e graça de Cristo, temeremos algo? Novamente, Paulo tem muito a dizer: “35. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36. Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro.37. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.38. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, 39. Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8:35-39).


G) Se é santo para a salvação ou a salvação faz o santo?

Parece claro, na altura deste estudo, a impossibilidade de se perder a salvação. Vejamos, contudo, o que acontece com Davi, no Salmo 51: “6. Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. 7. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. 8. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. 9. Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. 10. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto”.

Davi havia pecado contra Deus primeiramente, depois contra Bateseba e Urias. Ele havia transgredido a vontade de Deus em vários pontos, desde a cobiça, o adultério, o assassínio do marido, a mentira e a sensação de impunidade. Davi considerou ter escapado da censura e do juízo públicos, mas se esqueceu de que Deus vê e sabe de todas as coisas. O profeta Natan apontou-lhe o pecado, e Davi então arrependeu-se, confessando-o (2 Sm 12:1-13). Sinceramente, descreveu a sua condição de miséria, de afronta insidiosa contra a santidade divina, e clamou por perdão, para ser purificado... de ter suas transgressões apagadas, eliminadas; suas dívidas não seriam pagas por ele mas por Cristo, a um preço alto, o próprio sangue, do contrário, nem Davi, eu ou você escaparíamos da terrível ira de Deus. Foi pela misericórdia e graça e bondade divinas que fomos inocentados, contudo, para sermos limpos foi necessário o sangue de Cristo ser derramado, para nele sermos completamente lavados e purificados para Deus.

Se imaginarmos a santidade divina, da qual nenhum de nós poderia se aproximar, se não fosse Cristo e os seus méritos, estaríamos irremediavelmente perdidos e condenados. É Deus quem nos limpa, é ele quem nos mantém limpos, ele nos preserva para si e para a vida eterna consigo.

Ao clamar “cria em mim, ó Deus, um coração puro”, Davi, o homem segundo o coração de Deus, suplica para ser preservado em santidade; e o Senhor não somente vai apagar os seus pecados, mas também não permitirá que ele peque novamente, não esse tipo de pecado. E tenha, outra vez, o espírito renovado, a fim de permanecer livre das tentações e delitos.

Assim como Davi, o crente sincero não busca produzir bons frutos para a salvação, mas tem a consciência de que somente pode produzi-los porque é salvo; porque o Espirito Santo o auxilia fecundando, alimentando a sua alma, mas também podando os galhos mortos, arrancando matos e ervas daninhas, a fim de fortalecermos na graça e fé. Pois, chamados e resgatados, somos “criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10).

Davi sabia, assim como Paulo, que a obra de Deus em nós não para, progressivamente é realizada para alcançarmos a estatura de Cristo (Fp 1:6), e, um dia, sermos como ele é: plenamente puros, santos e imaculados. Neste processo, pecaremos, aqui e ali, para a nossa tristeza e desgosto, mas chegará o dia, o dia glorioso do Senhor, no qual jamais pecaremos, não haverá essa chance, e então seremos como é Jesus Cristo, em toda a sua perfeição e santidade.

Não existe mérito humano nisso, apenas a graça, a graça maravilhosa e infinita do bom Deus, cujo objetivo sempre foi fazer-nos semelhantes a seu amado Filho.


H) A Alegria da Salvação

Nos versos seguintes, lemos: “Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. 12. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário”. O que o rei quer dizer? Que havia perdido a salvação e clamava para novamente ser salvo? Não, meus irmãos. Davi havia se arrependido diante da exortação e repreensão do profeta Natan. Imediatamente ele disse: “Pequei contra o Senhor!” (2 Sm 12:13), e abateu-se sobre ele a mágoa e a decepção por haver ofendido a Deus. Essa é a atitude do salvo: ao perceber a sua transgressão, toma-lhe o sentimento de frustração e tristeza por ser incapaz de dominar a sua natureza e resistir à tentação. Nesses momentos, ficamos meio perdidos, meio entorpecidos, em dúvida quanto à salvação e a ser filho de Deus. Por isso, Davi clama pelo Espírito Santo, para ser consolado em sua angústia, para ser fortalecido em sua fraqueza, para ser restaurado em seu ânimo. “Não retires de mim o teu Espírito Santo” é reconhecer a insuficiência humana, a dependência a Deus, de, até mesmo nos momentos de autoabandono e rejeição, o único antídoto é o conforto, o consolo, a restauração da alma proveniente do Espírito Santo. Esta não é uma tristeza comum, mas como Paulo disse: “8. Porquanto, ainda que vos contristei com a minha carta, não me arrependo, embora já me tivesse arrependido por ver que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo. 9. Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma.10. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte”.

Neste trecho, Paulo está a lembrar os coríntios sobre a primeira carta, quando escreveu exortando-os de várias maneiras a respeito dos pecados cometidos pela igreja. Agora, no entanto, diz que a contristação deles foi para arrependimento, produzida pelo Espírito Santo, a fim de que, pela tristeza viesse o arrependimento e o arrependimento para salvação. O mesmo aconteceu com Davi, no trecho já citado. A sua tristeza e angústia pelos pecados cometidos trouxeram-lhe arrependimento, e o arrependimento sincero estava a confirmar a sua salvação. Veja bem, existe a tristeza e o arrependimento do mundo, que operam a morte. E existe o arrependimento operado por Deus para salvação e vida. Quando Davi pede para Deus não retirar-lhe o Espírito, ele compreende a necessidade de, para confirmar a sua salvação, o Espírito agir produzindo tristeza e contrição. Do pecador reconhecer-se como tal, reconhecer seus delitos, e entender que sem o sincero arrependimento e o desejo de não mais pecar, não existe salvação. O salvo não deseja continuar sendo quem é, mas anseia ser como o seu Senhor. Se em você ou em mim não há o verdadeiro sentido de ser cristão, ou seja, de ser como Cristo, é pouco provável que sejamos salvos. Se você ou eu não nos importamos com os nossos pecados, fazemos vistas grossas, pecamos novamente e de novo, sem que a nossa alma se aflija e se angustie, e não nos preocupamos com os nossos atos, com a nossa condição, certamente nem você nem eu somos salvos. A salvação, mais do que chegar ao paraíso, é ser como Cristo: imaculadamente santo, integralmente perfeito. Sem esse desejo, sem essa busca, nada nos resta a não ser clamar para Deus nos resgatar, para ele enfim nos redimir e salvar.

O pecador arrependido pode, após confessar os seus delitos, desfrutar novamente da paz e da alegria da salvação. Isso é um sentimento mas a produzir efeitos práticos e capaz de nos levar ainda mais à gratidão e ao desejo de servir ao nosso Senhor. Não tem a ver em ser salvo ou não salvo, pois Cristo não morreu por um, dois ou dezenas dos meus pecados, mas por todos, inclusive aqueles dos quais não nos lembramos, de quando éramos inimigos dele e, portanto, não temos como nos arrepender especificamente daquilo que se perdeu no passado. Mas o Senhor sabe, e sempre soube, e por isso ele apagou não apenas os pecados confessados mas também os inconfessos por deficiência cognitiva, mental (memória fraca ou esquecimento).

A alegria da salvação é antes o gozo de saber que pertencemos a Deus, somos dele, e uma vez dele, nada ou ninguém poderá nos tirar de suas mãos.


I) Conclusão:

É claro que um tema como este, tão rico e complexo em seus detalhes, não pode ser abrangido em um estudo e tempo tão exíguos.

Contudo, a mensagem a se deixar, antes de ser negativa é propositiva e reflexiva. Primeiro, é possível reconhecer-se filho de Deus e salvo. Segundo, a salvação gera sempre e inevitavelmente o arrependimento e a contrição diante dos nossos pecados. Terceiro, se não somos tomados pela tristeza para a salvação, resta-nos implorar, pedir a Deus para nos salvar. Quarto, o Senhor ouve aquele que o busca de todo o coração.

Para finalizar, deixarei dois versos para a meditação dos irmãos. O primeiro está em Jeremias 29:11-12, que diz: “Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. 13. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”.

O segundo, está em Ezequiel 36:25-27, e diz: “25. Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. 26. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. 27. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.”

Irmãos, busque ao Senhor. Em todo tempo e lugar. Busque se você é salvo. Busque se você não é. Busque para que as bênçãos descritas se cumpram em sua vida. Busque, busque, busque, não cesse de buscar. E o Senhor, certamente, o achará e o trará para si!

Soli Deo Gloria!

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Sermão em 2Coríntios 1.3-10: O Deus que consola!

 


Jorge F. Isah





 

INTRODUÇÃO

“1. PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus, que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia.”

Paulo afirma três coisas:

- Ele é apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus; ou seja, foi chamado por Cristo especificamente para o apostolado. A palavra apóstolo, do grego απόστολος (apóstolos), significa enviado, aquele escolhido diretamente por Jesus e encarregado de levar as “boas novas” aos perdidos. Portanto, não é possível haver apóstolos nominados como tais em nossos dias, já que nenhum deles foi “diretamente” chamado a esse ministério pelo Filho. Qualquer um que se autodenomine “apóstolo” está usurpando o direito exclusivo do nosso Senhor, ferindo a sua autoridade.

- Ele nomeia como testemunha de tudo o que relatará na carga a Timóteo, a quem se refere como irmão;

- E a carta se destina à Igreja de Deus que está em Corinto, mas não somente lá, na cidade, mas em toda a região da Acaia. Para situar os irmãos, Acaia era uma província romana onde hoje é a Grécia Central, e Corinto era a segunda cidade em importância da região, perdendo apenas para Atenas. Havia em Corinto dois portos movimentadíssimos, fazendo dela uma cidade rica, próspera e de intenso comércio.

- Paulo escreveu esta carta por volta do ano 55 ou 56 D.C.


*****

“2. Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.”

- Paulo saúda os irmãos a expressão equivalente a do A.T., quando os autores se referiam ao Senhor como o “Deus de Abraão, Isaque e Jacó”. Assim, no N.T. temos os autores felicitando os irmãos com a expressão “Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”, ressaltando a divindade de Cristo e a sua geração eterna pelo Pai.


*****

“3. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;”

- Paulo louva, glorifica a Deus, utilizando-se da expressão “bendito” que significa “aquele que só faz o bem; aquele que é todo o bem”.

- Antes de relatar as tribulações e lutas, ele exalta a Deus, ao nomeá-lo o Pai das misericórdias ou misericordioso, indicando que Deus não é somente cheio de misericórdia, mas ele é a fonte, a origem de toda a misericórdia.

- Igualmente ele é o Deus de toda a consolação; não há nada nem alguém a suplantá-lo no conforto, na paz e alegria concedidas.



DESENVOLVIMENTO

“4. Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.”

- Entramos agora no cerne da nossa meditação: o Deus que consola.

- Primeiro, somos consolado porque somos afligidos, atribulados, entristecidos, perseguidos, torturados. Só haverá consolo se houver tristeza e dor; do contrário, qual o motivo da conforto?

- Segundo, a relação é sempre de Deus para os seus filhos. Assim como amamos porque Deus nos amou primeiro, somos capazes de consolar porque ele nos consola. E neste sentido, sendo o Senhor governante de toda a Criação, podemos compreender que o sofrimento faz parte do plano divino, sendo nós quem infligimos a dor ao nosso próximo.

- Com isso, não estou a dizer que cada um de nós, em sã consciência, batalhamos para fazer os outros sofrerem, não é isso.

- Entretanto, não podemos descartar as consequências da Queda, da desobediência a Deus, e da qual participamos juntamente com Adão, sendo prometido a ele e a nós os efeitos e resultados das nossas transgressões.

(Ler Gênesis 3:11-19 – Discorrer rapidamente sobre o resultado do pecado)

- Ou seja, o mal e todas as suas sequelas são oriundas do pecado, e somente podem ser produzidos pela criaturas caídas, homens e demônios. E essa é a única e verdadeira explicação para o mal, as tristezas, as tribulações neste mundo. E não devemos esquecê-las, no sentido de não florear ou escorregar para desculpas e falsas definições: o mal e a dor são responsabilidade nossa, e imputá-las a Deus é elevar-nos a nossa injustiça ao mais alto nível de pecado e iniquidade.

- Por isso Paulo, em momento algum, reputa a Deus a origem dos males que o assolaram, o sofrimento ao qual foi exposto como mensageiro das boas novas do evangelho de Cristo.

- Podíamos vê-lo se rebelar, lamuriar, maldizer aos céus contra as adversidades e reveses da vida, mas não. Ele não somente glorifica a Deus, mas reputa a ele toda a bondade e misericórdia e consolo com que foi agraciado, fortalecido, e sustentado.

- Veja bem, o apóstolo nos fala de graça sobre graça, algo não merecido e recebido apenas como favor e bondade divinas. Nada mais. Nenhum mérito de Paulo. Nenhum arranjo de Paulo. Nenhum sacrifício de Paulo. Apenas o amor infinito com Deus o amou desde antes da fundação do mundo. Graça imerecida, e por isso, graça apenas, mas também graça completa e plena emanada do bom Deus.

- Nos fala ainda de sermos consolados somos capazes de consolar. Aqui existe claramente a lição de ser o consolo aprendido, algo experimentado e então possível de ser distribuído. Entretanto, não é um consolo fracionado, imperfeito, mas um dom concedido a Deus para cada um disposto a aprender e se submeter ao ensino divino, e, então, levar exatamente o que recebeu; entregar ao próximo aquilo com que foi presenteado, gratuita e amigavelmente, como nos foi dado.


*****

“5.Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo. 6. Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação e salvação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos; ”

- Vivemos um mundo hedonista, em que se busca o máximo de prazer em coisas fugazes, seja o sexo, os vícios, o dinheiro, aventuras, ou qualquer outra coisa. O homem moderno busca incessantemente o prazer a qualquer preço, e por isso, por não conseguir se satisfazer plenamente apesar de buscar de todas as formas o gozo, temos milhares, senão milhões de pessoas afogadas nos vícios, em salas de terapeutas que pouco ou nada podem fazer para ajudá-los, entupindo-se com antidepressivos, ansiolíticos, e tantas outras coisas para aplacar, de alguma forma, as frustrações da vida.

- Outra prova de aceitação do conceito hedonista é a Teologia da Prosperidade, a defender propagar o equívoco de que o cristão não sofre, e se sofre é porque não tem fé, pois a tendo, ele viverá neste mundo quase como um Midas, a tornar ouro tudo o que toca. Esse é um grande erro, pois distorce e nega os princípios entregues por Cristo e os apóstolos, ao afirmarem exatamente o contrário:

- Aos cristãos, o Senhor disse que seríamos afligidos, mas jamais derrotados, porque ele venceu o mundo: “Mas não estou só, porque o Pai está comigo. Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” — João 16.32-33

- O que o Senhor está a dizer? Que ele e o Pai são um, e de que o Pai está sempre com ele, consolando-o e confortando-o, mesmo quando todos fugiram e o abandonaram, ele jamais esteve só. Da mesma forma, Cristo estará sempre conosco, independente de sermos abandonados ou estarmos solitários; porque, se estamos nele jamais nos faltará paz, mesmo nas piores batalhas, nas lutas mais cruéis.

- E isto não pode ser apenas um conceito ou dogma, algo apenas intelectual pois, desta maneira, não seríamos capazes de auxiliar e confortar os aflitos. É algo real, a mover a nossa alma na direção de Deus e por ele ser amparado, protegido.

- Claro que, nenhum de nós quer sofrer, sentir dores ou ser afligido por castigos e perseguições. É óbvio que em nossa humanidade a angustia e lágrimas não deveriam fazer parte da vida. O Cristianismo não defende o masoquismo ou o sadismo, distúrbios psicológicos nos quais o homem sente prazer com o suplício e o martírio de si próprio ou do próximo. Não é isso.

- Mas, certamente, você já se deparou com doenças, a morte, a destruição de pessoas e lares pelo vício, a perseguição no trabalho, o desemprego, a fome ou qualquer ou desgosto e tragédia. Podemos simplesmente lamentar e rebelar quando for pessoal; podemos ignorar ou evitar quando for o próximo; mas esta seria a realidade a qual Deus nos chamou?

- Sendo sal e luz neste mundo, devemos propagar o sabor e o brilho de Cristo. E a mensagem dele não é um placebo, como os céticos afirmam, mas factual, efetiva e terapêutica, no sentido de ser o único remédio eficaz para a dor e o sofrimento.

- Se somos participantes das aflições de Cristo também o seremos da consolação.

- Se o próprio Senhor sofreu, por que não sofreríamos também? Ele, justo, santo e perfeito, em sua humanidade passou por inúmeras dores e aflições, seria justo não passarmos também?

- Aqui encontramos o princípio de Cristo ter padecido para ser capaz, também, de consolar. Como está escrito:

“Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei. Como também diz, noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem”(Hb 5.5-9)


*****

“8. Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a nossa tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos. 9. Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos. 10. O qual nos livrou de tão grande morte, e livra; em quem esperamos que também nos livrará ainda”

- O apóstolo então começa a descrever os infortúnios e ameaças sofridas na Ásia. Para ele, Ásia significava a Ásia Menor ou Turquia, local onde ficavam as sete igrejas das cartas do Senhor Jesus no livro de Apocalipse, cuja capital era Éfeso.

- Paulo relata aos irmãos ter passado por grande tribulação. A ideia não é se vitimar ou queixar-se e chamar sobre si a atenção da igreja, a se vangloriar dos sofrimentos infligidos.

- A ideia é antes de tudo mostrar que sendo apóstolo de Cristo sofria como Cristo sofreu, e se ele era capaz de suportar, pela graça de Deus, tamanho sofrimento, também os crentes não estavam isentos da dor e angústia.

- Poucos homens passaram por tantas provações em seu ministério como o apóstolo. Um pouco mais à frente, neste livro, ele relata:

“22. São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendência de Abraão? Também eu. 23. São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. 24. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. 25. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; 26. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; 27. Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. 28. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. 29. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? 30. Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.”

- Além dos perigos físicos, perseguições, torturas, atentados e tantos outros perigos, Paulo se afligia com o cuidado da Igreja, com as lutas dos irmãos, a fim de cumprir completamente o ministério recebido do nosso Senhor, sabendo que ele era quem o sustentava.

- Ele entendia que o sofrimento era parte da vida cristã; E que Deus usava-o com dois objetivos:

a) Disciplinar, conforme nos diz o próprio apóstolo:

“E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? (Hb 12.5-7)


b) Ensino, aprendizado; e este é o teor deste capítulo da epístola, revelar que somente aquele que sofre e é consolado pode consolar o próximo em seu sofrimento.

- Paulo diz que ele sofreu de maneira insuportável, na Ásia. Quanto a isso, não existe consenso entre os eruditos. A maioria aponta para o incidente descrito no livro de Atos 19.23-41, quando, insuflados por Demétrio, um ourives, toda a cidade de Éfeso se levantou contra Paulo, por causa da deusa Diana.

- O apóstolo não foi específico quanto ao incidente, podendo ser esse ou outro, mas talvez a reunião de todos eles, como descreveu no capítulo 11.

- E ele fala de “sentença de morte” contra ele, de maneira que a vida se lhe tornou desgostosa. E uma sentença tão terrível, quase as portas da morte, que ele compara o livramento, a libertação de Deus daquele sofrimento, como a ressurreição dos mortos. Ele não está a falar na ressurreição no fim dos tempos, quando todos seremos renovados, ganharemos novos corpos, e seremos santos e perfeitos como é o Senhor Jesus. Mas ele equipara a “salvação” divina daquela morte como a ressurreição, tala forma como ela se apresentava para ele, inexorável, inevitável.

- Mas havia uma razão, e sempre existe, para nos sentirmos frágeis e incapazes diante das contingências da vida: porque não somos nada sem a graça de Deus.

- Sim, é a graça divina operando em nós que nos torna fortes e capazes de vencer as lutas; na verdade, vencemos porque, como o Senhor Jesus disse, ele venceu e nos deu a vitória a nós. A vitória é sempre dele, e é por ele que alcançamos êxito nos piores momentos, nas piores crises, para não depositarmos a confiança em algo indeciso e hesitante: nós!

- Por isso, a ordem é para confiar em Deus, e somente nele depositarmos todas as nossas esperanças, porque ele prometeu cuidar de nós, como Pai zeloso; ele nos prometeu jamais nos abandonar, e de sermos um com ele; e descansarmos, repousarmos em sua segurança e poder e amor.

- Paulo, certa vez, pediu ao Senhor para tirar-lhe um espinho na carne, e por três vezes orou; qual foi a resposta de Deus? “A minha graça te basta!” (2 Co 12.7-9).

- Entendamos isso de uma vez por todas, a graça de Deus é tudo, e ela não somente deve mas tem de nos bastar, mesmo que afligidos, como o apóstolo por um incômodo, doloroso e vergonhoso espinho na carne. E Deus usou esse flagelo para aperfeiçoar, para fortalecer Paulo, fazendo com que o poder de Cristo habitasse nele.

10. O qual nos livrou de tão grande morte, e livra; em quem esperamos que também nos livrará ainda,

- Por fim, para concluir este estudo, é-nos dito pelo apóstolo, na esperança e certeza das promessas divinas, que o livrou, no passado, aquela morte líquida e certa de que foi salvo; e livra, significando que no presente, naquele momento em que Paulo escrevia a epístola, Deus o estava libertando de outros perigos, de novas ameaças; e ainda de futuras, pois havia a certa de que Deus o livrará novamente.


*****

CONCLUSÃO

- Evidente que, em certo momento, as perseguições e perigos alcançaram o apóstolo de tal maneira que Deus não o livrou. O preço do pecado é a morte; e mesmo santificado, resgatado e expiado pelo sacrifício de Cristo, Paulo morreria, como morreu. Preso pelos romanos, foi a julgamento e condenado à decapitação, como a História Eclesiástica de Eusébio de Cesareia, relatou.

- Mas, certamente, a morte definitiva não o alcançou. A separação eterna de Deus havia sido anulada pela graça e o sacrifício de Cristo; e a promessa de estar com ele por toda a eternidade se cumpriu fielmente naquele dia, quando teve o pescoço decepado. Já não mais haveria sofrimento, ou dor, ou ameaças contra ele. Usando as palavras do Senhor Jesus, Paulo poderia dizer: está consumado, pelo amor e graça do meu Senhor.

- Foi ele pois, um homem de dores como era também Cristo, que escreveu:

“33. Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. 34. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e o que também intercede por nós. 35. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36. Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. 37. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. 38. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, 39. Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 8.33-39)

- Para o próprio Paulo concluir com mais outro escrito:

“55.Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?... 57. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Co 15.55; 57)

- Honra, glória e louvor ao nosso Senhor Jesus Cristo!

- Que ele nos fortaleça e capacite a, assim como somos consolados em nossas tribulações, também consolemos aqueles que estão sofrendo, sempre com a verdade e boas novas e promessas do Evangelho de nosso Senhor!

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